Book Reviews

26 outubro, 2007

150) Um classico da politica

PRINCIPIOS DE POLITICA APLICAVEIS A TODOS OS GOVERNOS
Coleção: LIBERTY CLASSICS
Autor: CONSTANT, BENJAMIN
Editora: TOPBOOKS
ISBN-13: 9788574751375
1ª Edição - 2007 - 936 pág.

Escrito durante o ocaso da era napoleônica e publicado pela primeira vez em 1815, 'Princípios de política aplicáveis a todos os governos' é uma exposição dos valores associados à defesa da liberdade, em oposição ao despotismo. Este livro contém alguns dos principais ensaios do autor, como 'Das idéias herdadas sobre o escopo da autoridade política', 'Da jurisdição do governo sobre a atividade econômica e a população' e 'Da autoridade política no mundo antigo', nos quais são desenvolvidos princípios relativos ao liberalismo econômico e ao papel do Estado. Sua obra exerceu grande influência no pensamento brasileiro durante o Império e nos primeiros anos da República, e teve em Dom Pedro II um de seus leitores mais atentos.

25 outubro, 2007

149) Essential Galbraith

O "liberal" do título da matéria deve ser lido no sentido americano (isto é, intervencionista), não no sentido europeu, que costuma indentificar os liberais clássicos, isto é, comprometidos com a liberdade dos mercados. John Kenneth Galbraith era um keynesiano cepaliano, se ouso dizer. PRA

O espírito e a voz de um liberal histórico
Por Cyro Andrade
Valor Econômico, 25/10/2007

Galbraith Essencial
Andrea D. Williams
Org. Futura, 335 págs., R$ 39,90

Galbraith: idéias e propostas sempre atuais, a favor de mais atenção para os pobres (países, inclusive) e pela paz

Um espírito ronda a Casa Branca. Agora que Hillary Clinton parece ter chances de ser presidente, pode-se supor que anda por ali o espectro das idéias de John Kenneth Galbraith, conselheiro, em diferentes graus de aproximação, de todos os presidentes democratas, desde Franklin Roosevelt até Bill Clinton. Hillary não terá Galbraith lhe falando de corpo presente (ele morreu em abril de 2006, aos 97 anos), mas será difícil não lembrar de suas críticas às iniqüidades sociais, de sua defesa de um programa de renda mínima, de sua proposta de tributação progressiva da renda, de seu combate ao que considerava mitos da economia de mercado. Até de questões ambientais ele se ocupou. E será impossível, havendo o Iraque, não lembrar da luta de Galbraith, como conselheiro de John Kennedy e, depois, de Lyndon Johnson, contra a Guerra do Vietnã.

Professor, conferencista, escritor, diplomata (foi embaixador na Índia, no governo Kennedy), Galbraith deixou uma biografia de rara substância, que se poderia resumir como um encadeamento de atitudes moldadas no liberalismo que o americano considera "um dos pressupostos da vida", como disse Arthur Meier Schlesinger, Jr.. (1917-2007) e que o faz ser "por natureza, um gradualista", para quem "poucos problemas" não poderão ser resolvidos "pela razão e pelo debate". Galbraith foi esse americano típico (naturalizado, era canadense de nascimento) e fez por merecer, como Schlesinger, a legenda de fundador do pensamento liberal em sua vertente pós-Segunda Guerra. Enquanto Schlesinger dizia que o New Deal era a expressão natural de tendências profundamente estabelecidas na história americana, Galbraith tentou mostrar que a essência keynesiana do New Deal seria a chave da prosperidade no pós-guerra.

Em "Galbraith Essencial" estão o pensador-economista de peculiar rigor crítico, que dirigia olhares severos à direita e à esquerda, e o escritor de prosa cativante (que traduções nem sempre conseguem apreender). Galbraith foi um precursor no diálogo intelectual da economia com outras disciplinas e na proposta de falar de questões complexas para o público leigo, capacidade que o projetou como um excepcional vendedor de livros e que certamente o qualificou ainda mais para integrar-se à intimidade dos círculos políticos democratas.

O primeiro texto de "Galbraith Essencial" é de "American Capitalism" (1952), livro em que ele explica seu conceito de "poder compensatório" e investe contra o que considerava mitos da economia dita de livre mercado. É do mesmo ano "A Theory of Price Control", no qual Galbraith fala de sua passagem pelo Office of Price Administration, no governo de Roosevelt. Mais tarde, diria que esse era seu melhor livro, embora fosse muito pouco lido (talvez por isso não tenha entrado na coletânea agora publicada no Brasil). Tomou então uma decisão: "Nunca mais me colocaria à mercê dos economistas técnicos que tinham o enorme poder de ignorar o que eu havia escrito. Passei a envolver uma comunidade maior." Acertou em cheio. E ganhou críticos de todas as cores, ortodoxos e heterodoxos.

Seguem-se na coletânea - organizada com a aprovação de Galbraith - textos de "A Sociedade Afluente" (1958), um libelo contra a cultura consumista, típica de uma sociedade rica em bens, mas pobre em serviços sociais, e de "O Novo Estado Industrial" (1967), em que ele descreve a transição do poder da aristocracia rural para os grandes empresários industriais e destes para os gestores das modernas corporações. Vêm depois partes de "Economia, Paz e Humor", "Crônicas de um Eterno Liberal", "Era da Incerteza" (que deu nome também a uma série de 13 documentários para a televisão, um amplo percurso por 200 anos da teoria e prática da economia), "Breve História da Euforia Financeira", "1929: O Colapso da Bolsa". O livro termina com o texto de uma conferência, "O Assunto Inacabado do Século" (1999). Nele, Galbraith fala de três assuntos pendentes de solução ainda hoje: a desigualdade na sociedade americana, o fosso entre países ricos e pobres e a ausência de canais de expressão concreta de solidariedade, os arsenais atômicos.

Atribui-se a Galbraith a cunhagem da expressão "conventional wisdom". Pode-se optar por "sabedoria" como equivalente a "wisdom", quase literalmente, e aí a expressão ganha o tom irônico, sugerido por Galbraith quando a empregou pela primeira vez em "The Affluent Society". Essa "sabedoria", disse, é feita de idéias que merecem atenção apenas por sua "aceitabilidade". E como se derruba essa fachada de falsa sapiência, de invalidade prenunciada? "O inimigo da sabedoria convencional não são as idéias, mas a marcha dos acontecimentos", afirma Galbraith no mesmo livro. Os acontecimentos nos Estados Unidos apontam todos, hoje - é o que sugerem as pesquisas pró-Hillary e o repúdio da maioria ao governo Bush - , para a necessidade de uma outra racionalização, externa à "sabedoria" estabelecida, que reconstrua a solidariedade social, esgarçada pela ampliação das diferenças. Hillary foi ao ponto, em discurso de outro dia: "Eu vejo vocês, eu ouço vocês", disse ela, falando da intenção de "reconstruir a classe média" - o que significaria também, por coerência política, rever práticas de governo que ignoram as necessidades dos mais pobres. "Vocês não são invisíveis para mim", afiançou. Galbraith aplaudiria.

Galbraith dedicou-se, então, ao desmonte de supostas verdades, a começar por aqueles princípios econômicos neoclássicos que se enraizaram na academia, na política e nas práticas de governo, interpretações variadas do que, na visão dos habitantes de partes importantes desses universos, deveria ser a opinião dita pública. Quando afirmava que essa "sabedoria" não resistia à evolução dos fatos, Galbraith queria dizer que esses pedaços de suposto saber incontestável já nasciam para ser coisa do passado, como conseqüência de sua própria insubstancialidade, ela mesma instigadora de novas formas de pensar que surgem sob o estímulo, também, daquela transitoriedade. Não seria tarefa para pouco empenho, porém, essa de tentar mover o leme para outra direção, já explicava Keynes, que terminou assim o prefácio à sua "Teoria Geral": "A dificuldade não está nas novas idéias [em desenvolvê-las], mas em como fugir das velhas, que se ramificam em cada canto de nossas mentes." Galbraith entrou nessa briga e nunca mais saiu.

Quando morreu, no ano passado, professor emérito de Harvard, Galbraith mereceu páginas e páginas de obituários, que também serviram à crítica de sua obra. "The Economist", sendo sua linha editorial o que é, até que foi generosa, mas não cedeu por inteiro. Para a revista, Galbraith foi "menos um economista do que uma mistura de sociólogo, cientista político e jornalista" ("Fortune" publicou muitos artigos de Galbraith, o que contribuiu bastante para a popularização de suas idéias, o que também significava trazer Keynes para a atualidade). É mais ou menos isso que muitos economistas gostariam de ser hoje.

18 outubro, 2007

148) Biografia de Caio Prado Jr

O legado de Caio Prado Jr.

Paulo Teixeira Iumatti, da USP, lança nesta quarta-feira (17/10), em São Paulo, a primeira biografia de um dos maiores pensadores brasileiros, autor de Formação do Brasil Contemporâneo e Revolução Brasileira

Claudia Izique escreve para a Agência Fapesp:

A Editora Brasiliense lança nesta quarta-feira (17/10), às 19h30, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, em São Paulo, o livro Caio Prado Jr. – Uma trajetória intelectual, a primeira biografia de um dos maiores pensadores brasileiros.

O autor, Paulo Teixeira Iumatti, professor do Departamento de História da Universidade de São Paulo (USP), tem estudado a obra e o pensamento de Prado Jr. desde o início de sua carreira acadêmica – em projetos com apoio da Fapesp. Além de artigos publicados na imprensa e em revistas acadêmicas, Iumatti é autor de Diários Políticos de Caio Prado (Brasiliense, 1998).

No novo livro, Iumatti avalia o impacto de Caio Prado Jr. na historiografia brasileira, detendo-se na análise da sua principal obra, Formação do Brasil Contemporâneo (1942), e de seu primeiro livro, A Evolução Política do Brasil (1933).

A trajetória intelectual e política de Prado Jr., o contexto sociocultural que forjou seu pensamento e a repercussão de sua obra no debate político e intelectual no país nas últimas décadas são outros enfoques do livro.

Iumatti também aborda fatores que considera de “ordem pessoal”. “A exclusão desses seria possível, mas empobreceria o alcance do trabalho, uma vez que o público e o privado estão, nesse momento, estreitamente ligados”, disse Iumatti à Agência Fapesp.

Burguês comunista

Caio Prado Jr. nasceu em São Paulo em 11 de fevereiro de 1907, filho de família que fez fortuna com a cafeicultura no oeste paulista na segunda metade do século 19. Formou-se em direito pela Faculdade do Largo de São Francisco, em 1928, e foi membro do Partido Democrático (PD).

Cinco anos depois, publicou Evolução Política do Brasil (1933), que marcou o rompimento com a democracia burguesa e sua “evolução liberal” – nas palavras de Florestan Fernandes –, selando o alinhamento com o marxismo e o compromisso que manteria até o fim da vida com o Partido Comunista Brasileiro (PCB).

Evolução Política do Brasil tinha “um tom de afrontamento e de sectarismo”, na avaliação de Iumatti. O seu subtítulo – Ensaio de Interpretação Materialista da História do Brasil – era “um testemunho de que a ruptura avançara tão longe, que não evocava uma ovelha negra convencional, mas um pensador revolucionário, com o qual a sociedade burguesa teria de se haver”, escreveu o sociólogo Florestan Fernandes no artigo Obra de Caio Prado Nasce da Rebeldia Moral, publicado pela Folha de S.Paulo dez meses após a morte de Prado Jr., em 23 de novembro de 1990.

De acordo com Fernandes, Formação do Brasil Contemporâneo revela um autor mais maduro, do ponto de vista intelectual e teórico, “mais depurado como marxista e como historiador”.

“Como marxista, pretendia forjar uma obra-mestra, que servisse de fundamento para que as correntes socialistas e democráticas (especialmente o PCB) pudessem formular uma representação sólida das debilidades, do trajeto e dos objetivos específicos da revolução brasileira”, destacou o sociólogo.

No livro, Prado Jr. combina a análise empírica com o desenvolvimento do método dialético para fazer uma interpretação do Brasil Colonial e da sociedade escravista, desmascarando os interesses da metrópole, dos senhores e da grande exploração mercantil.

Essa nova perspectiva de análise do colonialismo pautaria a discussão da inserção do Brasil no sistema capitalista, entre os anos 1950 e 1970, influenciando autores como Fernando Henrique Cardoso, Fernando Novais e o próprio Florestan Fernandes.

A idéia de que a colonização brasileira tem origem no capitalismo foi contestada, principalmente no PCB, que defendia a tese de que o Brasil tinha características feudais e que o caminho do socialismo deveria passar pela revolução democrático-burguesa.

Apesar das críticas, Prado Jr. nunca se afastou do partido que representou por um ano na Assembléia Legislativa de São Paulo, em 1947, antes que a legenda fosse colocada na ilegalidade.

Relação com a pesquisa

Como deputado, Prado Jr. foi responsável pela apresentação do projeto de criação da Fundação Paulista de Pesquisa Científica, em outubro de 1947, que deu origem à Fapesp. Na avaliação de Iumatti, a iniciativa decorreu da relação “complicada” que o intelectual mantinha com o financiamento da pesquisa.

“Ele era membro da elite e sempre sustentou seus interesses na pesquisa, o que é possível constatar em consultas a seu livro-caixa”, disse Iumatti.

Por outro lado, no exílio em Paris, entre 1937 e 1938, acompanhou de perto a constituição do Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS), da França, participou de congressos na Dinamarca e Holanda, forjando uma concepção moderna sobre o modo de produção do conhecimento científico e o acesso à pesquisa.

“Ele tinha grande interesse pela epistemologia do conhecimento”, explicou Iumatti. Da mesma maneira, reconhecia que a independência e a autonomia eram condições estratégicas para a pesquisa. “São fatores que certamente contribuíram para que ele tivesse uma visão aguda sobre a questão do financiamento da pesquisa.”

Cassado, Prado Jr. foi estudar filosofia e temas contemporâneos, como a questão agrária, concentrando suas atividades na Editora e na Revista Brasiliense, fundadas por ele. Seu livro de maior repercussão, na avaliação de Florestan Fernandes, foi a Revolução Brasileira, publicado em 1966.

Nessa obra, “um desafio ousado à ditadura”, de acordo com Florestan Fernandes, Prado Jr. também faz uma crítica severa dos “desvios de rota da revolução socialista; o uso invertido e ditatorial do centralismo democrático; a simplificação grosseira da teoria e das práticas marxistas da luta de classes e da revolução em escala mundial”.

Prado Jr. retoma o marxismo como um processo “que nasce e cresce por dentro das classes trabalhadoras e na busca de sua auto-emancipação coletiva, por meio da construção de uma sociedade nova”, segundo Florestan Fernandes.

No início da década de 1980, Prado Jr. adoeceu e não mais se recuperou. Deixou como legado uma nova maneira de pensar e de entender o Brasil.
(Agência Fapesp, 17/10)

15 outubro, 2007

147) Livraria do Tambosi

Não, não se trata de uma livraria stricto sensu. Apenas recomendações de livros que faz o professor de Filosofia da UFSC Orlando Tambosi, neste link, com o intuito de nos brindar recomendações de livros preciosos, geralmente ligados à filosofia da ciência ou ao pensamento social em torno de temas científicos.
O que mais gosto, alias.
Vale a pena um passeio por esta livraria virtual, assim como à sua página sempre "mordante", como diriam os franceses...
Confiram: Blog do Tambosi.

13 outubro, 2007

146) O mundo anglo-saxao e suas realizacoes

FIVE BEST
The Special Relationship
These books illuminate the shared heritage of America and Britain.
BY MICHAEL BARONE
The Wall Street Journal, Saturday, October 13, 2007

1. "Albion's Seed" by David Hackett Fischer (Oxford, 1989).
Colonial Americans didn't come from just anywhere; they came, David Hackett Fischer tells us in "Albion's Seed," from particular parts of the British Isles--New Englanders from East Anglia, Virginians from Wessex, Pennsylvanians from the North Midlands, Appalachians from the Scottish border country and Northern Ireland. They brought with them folkways--religious beliefs, political tendencies and even dietary habits--that have remained ingrained in these regions. With wide-ranging scholarship, this fascinating book makes it clear that we have not one but several British heritages. That they shared a skepticism toward central authority "has created a culture of freedom which is more open and expansive than any unitary tradition alone could possibly be."

2. "Freedom Just Around the Corner" by Walter, McDougall (HarperCollins, 2004).
This first volume of a history of America from its colonial beginnings skillfully interweaves developments in Britain with those in the North American colonies. Stressing the importance of religion in the formation of the nation's character, McDougall shows how the First Great Awakening of the 1740s was a transatlantic movement, with George Whitefield preaching in Georgia, Philadelphia (with Benjamin Franklin as his publicist) and New England, as well as in Scotland, Ireland and Whitefield's native England. Methodism and the Masonic Order were also imports from England, as McDougall examines in detail. He leaves off in 1828 with Charles Carroll of Carrollton, the last surviving signer of the Declaration of Independence, breaking ground for the Baltimore & Ohio Railroad--and with the reader eager for the next volume.

3. "Voyagers to the West" by Bernard Bailyn (Random House, 1986).
In riveting detail, Bernard Bailyn describes the large and often forced migrations of Britons to America in the early 1770s. You can almost feel the cold, dank air as Highland Scots stand waiting for the ships that will take them across the sea. This rush of immigration stocked the Appalachian Mountains with Scots and Scots-Irish, the people who would follow their heroes west--Andrew Jackson to Tennessee, Sam Houston to Texas--and who would fiercely fight America's wars. With its excellent maps, tables and illustrations, "Voyagers to the West" is a work of scholarship that is also a handsome piece of craftsmanship.

4. "The Anglosphere Challenge" by James C. Bennett (Rowman & Littlefield, 2004).
James C. Bennett coined the term "Anglosphere" to describe countries where English is the native language or (as in India) serves as a lingua franca for the well educated. But language is not all that America, Britain, Ireland, Canada, Australia, New Zealand and other places have in common. Bennett argues that the peculiar island history of England produced a set of institutions that other advanced nations in Europe and Asia lacked--the common law, respect for private property, continuous representative government, a culture that nurtures civil society and entrepreneurial enterprise. It is thus no accident that the Anglosphere has excelled in innovation and economic growth and, Bennett believes, will continue to do so.

5. "A History of the English-Speaking Peoples Since 1900" by Andrew Roberts (HarperCollins, 2007).
Andrew Roberts has written excellent biographies of the Marquis of Salisbury (1830-1903) and the Earl of Halifax (1881-1959), but after 9/11 he decided to take up the task of completing the multivolume history of the English-speaking peoples where Winston Churchill left off, at the beginning of the 20th century. The result is an idiosyncratic history reflecting Roberts's interests--and his opinions. He excoriates Lord Mountbatten, the viceroy of India, whose partition of India led to the deaths of millions and produced a new country, Pakistan, that has proved troublesome to this day. But Roberts remains optimistic. The English-speaking peoples, after dithering, met the challenges of Kaiserism, Nazism and communism--and he predicts that they will, even if now dithering, meet the challenge of Islamist terrorism too.

Mr. Barone is a resident scholar at the American Enterprise Institute and a senior writer at U.S. News & World Report.

07 outubro, 2007

145) Livros sobre a Persia e o Iran

FIVE BEST BOOKS

Persian Gulf
Insights into Iran can be gleaned from these masterly works.
BY MICHAEL LEDEEN
The Wall Street Journal, Saturday, October 6, 2007

1. The Strangling of Persia by W. Morgan Shuster (Century, 1912).
Iranians tend to believe that their destinies are shaped by powerful forces beyond their reach--and it's not just a collective fantasy. In the early 20th century, control over Persia was brutally exercised by Russia and Britain. Desperate Persian rulers of the time turned to the U.S. to find an expert who could sort out the kingdom's ransacked treasury. The man they chose, W. Morgan Shuster, fell in love with Iran and worked feverishly to introduce virtuous financial practices. He never had a chance; the Russians and Brits sent him packing. "The Strangling of Persia" is a remarkable account of life in a failed, corrupt state and a tale of heartbreak for an American who foolishly believes that he can prevail by force of will and hard work. Lessons for strategists abound.

2. Know Thine Enemy by Edward Shirley (Farrar, Straus & Giroux, 1997).
When Reuel Marc Gerecht worked for the CIA as a Middle Eastern specialist (1985-94), the agency would not allow him to venture into Iran. But when he left the CIA to become a scholar (he is a colleague of mine at the American Enterprise Institute), he decided to sneak into the country by hiring a driver and hiding in a padded box on the floor of a truck. In "Know Thine Enemy," written under the pen name Edward Shirley, Mr. Gerecht describes the trip and what he found. "An Iranian can scream 'Death to America!' one moment and ask you sincerely a minute later to help his sister get a visa to the States, a land they both adore," he writes. "Those feelings are not contradictory; they are sequential. Commitments come and go, then return." Given Iranians' similar love-hate feelings about the mullahs who rule them and the West's decadence, he asks: "How do you know when Iranians aren't lying to themselves?" Mr. Gerecht doesn't know. How could he? They themselves don't.

3. The Adventures of Haji Baba of Ispahan by James Morier (1824).
James Morier, a British diplomat in Persia in the early 19th century, published "The Adventures of Haji Baba of Ispahan" to great success in 1824. Morier's tale, about a barber's son who seeks his fortune, is a delightful series of encounters that cut to the heart of Iranian society. We see the Chief Executioner explaining to Haji: "Do not suppose that the salary which the Shah gives his servants is a matter of much consideration with them: no, the value of their places depends upon the range of extortion which circumstances may afford, and upon their ingenuity in taking advantage of it." The culture of corruption is little changed in contemporary Iran. And the religious fanaticism that Morier tweaked also echoes down the years: A character named Nadan who wants to become Tehran's religious leader, Morier writes, has no peer "either as a zealous practiser of the ordinances of his religion, or a persecutor of those who might be its enemies."

4. The Persian Puzzle by Kenneth M. Pollack (Random House, 2004).
Kenneth M. Pollack spent years at the CIA, then migrated to the National Security Council during Bill Clinton's presidency. Like every other government official who has tried to normalize relations between Iran and the U.S., he came to grief. And like most such failed dreamers, he continued to believe that there must be a way. His odyssey is the best account we have of recent Iranian history and U.S.-Iranian relations. "The Persian Puzzle" is remarkably candid about the illusions and failures of the men and women for whom Mr. Pollack worked--people he often admired.

5. Prisoner of Tehran by Marina Nemat (Free Press, 2007).
Marina Nemat was arrested at age 16 in 1982 and held in Tehran's infamous Evin Prison for more than two years, accused of antiregime activity. She was not an activist but a friend of leftists and a Christian. In prison, she was interrogated and tortured, then sentenced to death. But a guard named Ali had fallen in love with her and saved her from execution. She remained in prison, though, and Ali became her husband--as well as a new source of menace when he forced her to convert to Islam by threatening her family. In "Prisoner of Tehran," her gripping, elegantly written memoir, Ms. Nemat, who now lives in Canada, reminds us that it is through the details of daily life that the evils of a regime such as the Islamic Republic are best understood.

Mr. Ledeen is a resident scholar at the American Enterprise Institute. His latest book, "The Iranian Time Bomb" (St. Martin's), has just been published.