Book Reviews

30 novembro, 2007

163) Uma casa de papel, literalmente...

A CASA DE PAPEL
Autor: CARLOS MARIA DOMINGUEZ
Editora: FRANCIS
SBN : 8589362655
ISBN-13: 9788589362658
Livro em português
Brochura: 11 x 19 cm 1ª Edição - 2006 - 104 pág.
Ver apresentação e resenha neste link da Livraria Cultura online:

Comentários ao livro, por parte de Regina Caldas:
"O livro tem riqueza de detalhes. Admiro a capacidade que alguns escritores tem para construir um romance. E "A casa de papel" surpreende, afinal quem pode imaginar alguem transformando livros em tijolos? O esqueleto do romance é muito simples: uma professora do Departamento de Línguas Hispanicas de Cambridge, Bluma, morre atropelada enquanto atravessava uma rua lendo um livro de poemas de Emily Dickinson e seu colega e amigo se prepara para substitui-la.
Mas, um ano após a morte de Bluma é entregue no departamento uma correspondencia vinda do Uruguay, destinada a Bluma. O colega abre a correpondencia. É um livro "Linha de Sombra" do J. Conrad. O livro está sujo, com resquícios de cimento, e o colega sente enorme curiosidade de saber quem enviou um livro naquele estado a Bluma.
Depois de algumas trocas de e-mails descobre que um bibliófilo uruguaio, Carlos Brauer, fora visto ao lado de Bluma em Monterrey, México, num congresso de escritores. De origem Argentina, o colega de Bluma viaja para a terra natal em visita à mãe e vai ao Uruguay atrás de Dinarli, amigo de Brauer de quem deseja saber o paradeiro para devolver o livro e contar que Bluma está morta.
Dinarli conta a história de Brauer até o momento em que deseja saber o que faz ali o colega de Bluma. Fica sabendo que ele deseja devolver o livro a Brauer. Dinarli se espanta ao ver o livro com restos de cimento e indica Delgado, outro amigo de Brauer para contar toda a história do bibliófilo.
É Delgado que conta o fim de Brauer numa praia onde viveu por algum tempo, onde transformou seus livros em tijolos com os quais contruiu sua cabana. É para lá que o colega de Bluma segue de taxi. Encontra a cabana destruida e, obras primas da literatura universal formando um amontoado de escombros.
Refeito o choque toma coragem e bate na casa de pescadores para saber do paradeiro do homem que morava naquela cabana. Os pescadores contam que certa ocasião, por uns dois dias seguidos o "homem" andou martelando a casa, e que um menino, o único na comunidade que se aventurava a se aproximar de Brauer, contou que ele procurava um determinado livro. Encontrado, o livro fora colocado no correio e enviado para a Inglaterra. Curiosidade satisfeita, o colega de Bluma retorna à Inglaterra, visita o túmulo de Bluma onde deixa o "The shadow-line". Ele termina a narração despedindo-se de Bluma e cumprimentando Conrad.
Nota: eu não saberia dizer se o homem que ele afirma que teria atravessado com brutalidade, desgosto e certeza sua linha de sombra seria ele próprio ou uma referencia a J. Conrad. Pois, The Shadow-line" é um pouco da auto-biografia de Conrad. De sua mocidade quando, ao sair da Polónia, depois de algumas peripécias foi servir a marinha inglesa e teve sua priimeira experiencia de comando a bordo do barco Otago a caminho de Bangkok. O jovem capitão soube que seu predecessor morrera naquele barco, e durante a viagem enfrenta graves problemas, a febre levando embora seus marinheiros, a falta do quinino. A narração destes enfrentamentos é para Conrad uma iniciação. Ele passaria?"

Informações sobre o romance The Shadow-line, de Joseph Conrad, pescadas na Wikipedia por Luciana Nery:

Satisfeita, Regina!
Livros como tijolos? Lembrei agora que eu tinha uma enciclopédia Conhecer, com uma encadernação bem grossa. Aqui em casa ninguém nunca me ensinou a "respeitar" livros. Depois que eu li a enciclopédia várias vezes, achei por bem colocar a enciclopédia para melhor uso: coloquei os livros em pé, com a lombada para cima, e com isso fiz as paredes de uma casinha de boneca. As paredes internas eram mais baixas, porque eram um Bíblia em 12 volumes do meu pai. Com o Aurélio de bolso, e um paninho em cima, eis uma cama e sua colcha. Aí eu fazia desenhos com pilot, recortava em retângulos e pregava com durex nos livros: eram os quadros da casa. Três caixinhas de fósforos, coladas uma em cima da outra, eram o criado-mudo. E depois eu colocava dentro todos brinquedinhos que eu tinha e, voilà, uma casa de bonecas, sem as bonecas! Minha mãe tinha certeza de que eu ia ser arquiteta... passou longe.
Olha o que eu achei na Wikipedia. Nem preciso dizer que adorei a última linha, e que minha admiração por Conrad acabou de crescer!
Abraços,
Luciana Nery

The Shadow Line
From Wikipedia, the free encyclopedia
Author Joseph Conrad
Country United Kingdom
Language: English
Genre: Novel
Publisher: J. M. Dent
Publication date: 1917
Media type: Print (Hardback)
Pages: iii, 197 pp
ISBN NA

The Shadow Line is a short novel based at sea by Joseph Conrad, one of his later works, being published in 1917. The novella depicts the development of a young man upon taking a captaincy in the Orient, with the shadow-line of the title representing the threshold of this development.
The novella is notable for its dual narrative structure. The full, subtitled title of the novel is The Shadow Line: A Confession, which immediately alerts the reader to the retrospective nature of the novella. The ironic constructions following from the conflict between the 'young' protagonist (who is never named) and the 'old' drive much of the underlying points of the novella, namely the nature of wisdom, experience and maturity. Conrad also extensively uses irony by comparison in the work, with characters such as Captain Giles and the ship's factotum Ransome used to emphasise strengths and weaknesses of the protagonist.
The novel has often been cited as a metaphor of the First World War, given its timing and references to a long struggle, the importance of camaraderie etc. This viewpoint may also be reinforced by the knowledge that Conrad's son, Boris, was wounded in the First World War. Others however see the novel as having a strong supernatural influence, referring to various plotlines in the novella such as the 'ghost' of the previous captain potentially cursing the ship, and the madness of first mate Burns. Conrad himself however denied this link in his author's note, claiming that although critics had attempted to show this link, "there are enough mysteries and marvels in the real world to engage with the folly of the supernatural."