Book Reviews

31 maio, 2006

47) Um diretorio de relações internacionais do Brasil: cursos, instituições e redes...

Apenas agora, em maio de 2006, vim tomar conhecimento de uma obra publicada em 2004, que contem um Prefácio meu. O mundo é cheio de surpresas...

Prefácio

in Clóvis Brigagão (com a assistência de Pedro Spadale e Fernanda Castanheira):
Relações internacionais no Brasil: instituições, programas, cursos e redes
(Rio de Janeiro: Gramma, 2004, 80 p.; ISBN: 85-988555-02; p. i-vii).

Quando, em 1998, tentei relacionar, pela primeira vez no Brasil, os cursos existentes de graduação e de pós-graduação em relações internacionais, os resultados foram de certo modo surpreendentes, mas ainda assim modestos. Uma tabela que preparei para tal efeito – inserida em meu livro O Estudo das relações internacionais do Brasil (1ª edição: 1999) – listava nove cursos de graduação (stricto sensu) e apenas quatro de pós graduação, entre eles o Instituto Rio Branco, do Ministério das Relações Exteriores, que apenas recentemente teve confirmado pela CAPES-MEC seu estatuto de “mestrado”. Havia ainda uma dezena de outros cursos de pós-graduação credenciados, possuindo orientação para as relações internacionais, e duas dezenas de cursos de especialização ou de pós-graduação lato sensu, autorizados pela CAPES, que também se dedicavam a esse campo. Este era o campo acadêmico das relações internacionais no Brasil, sem descurar dos muitos cursos de pós-graduação, nas áreas tradicionais de ciências humanas e sociais, como economia, administração e direito, que também formavam mestres ou doutores com teses e dissertações vinculadas de alguma forma a essa temática.
Os números não eram, portanto, reveladores de uma comunidade muito extensa. Um eventual congresso voltado para a temática das relações internacionais, congregando pesquisadores e professores nessa área, talvez não fosse suficiente para encher uma sala de aulas “normal”. O campo era mais promissor pelo lado das instituições ou veículos suscetíveis de comportar informações, análises ou debates sobre questões internacionais: desde o surgimento da Revista Marítima Brasileira (1851) e do Boletim do Clube Naval (1888), bem como das escolas de guerra, com A Defesa Nacional (1913), foram sendo multiplicadas instituições e revistas voltadas para o ensino, a pesquisa e a discussão pública desses temas. Ainda assim, as revistas dedicadas stricto sensu ao campo das relações internacionais eram em número restrito – ainda hoje, elas são basicamente três –, sendo bem mais numerosos os veículos culturais ou de ciências sociais que abrigavam, no sentido lato, materiais relacionados com essa problemática.
Ao tomar conhecimento, em meados de 2004, deste Diretório de Relações Internacionais no Brasil, 1950-2004, cuidadosamente preparado pelo Professor Clóvis Brigagão, com a assistência de Pedro Spadale e de Fernanda Castanheira, não pude deixar de constatar, com satisfação, que o campo tinha definitivamente se consolidado no Brasil, com promessa de uma decantação progressiva e uma especialização natural nos próximos anos. Ele registrou, até junho de 2004, a existência de 53 cursos de graduação ativos, com um número aproximado de 13 mil estudantes. O Sudeste, como seria de se esperar, concentra a maior parte desses cursos (56%), mas o Centro-Oeste surge com força, disputando com o Sul o segundo lugar (10 cursos cada um, ou 19% do total). Brasília constitui, obviamente, o elemento predominante na oferta do Centro-Oeste.
A pós-graduação conheceu uma evolução mais moderada, mas ainda assim promissora, na medida em que são atualmente 25 os cursos existentes, sendo dez no conceito stricto sensu e quinze os lato sensu. O Sudeste concentra mais uma vez a maioria (52%), mas o Centro-Oeste (Brasília) vem consolidando, com 7 cursos (ou 28%), sua presença nesse campo. A distribuição pela natureza da instituição – pública ou privada – é reveladora das mesmas caracterísicas que afetam, de maneira geral, o terceiro ciclo no Brasil: a graduação é majoritariamente privada (90%), ao passo que a pós-graduação conhece uma maior presença pública (40%), mas ainda assim é dominada pelas instituições privadas (60%). A evolução futura certamente confirmará essas tendências, muito embora as instituições públicas estejam gradualmente buscando aumentar sua oferta em face da grande demanda registrada nos últimos anos, tanto em termos de graduação como, crescentemente, de cursos de especialização.
O mercado ainda parece funcionar segundo a “lei de Say”, ou seja, a oferta cria a sua própria demanda – daí o maior dinamismo do setor privado –, uma vez que não estão ainda adequadamente consolidados os perfis curriculares dos cursos, os sistemas de avaliação oficial pela CAPES e, sobretudo, a institucionalizaçao profissional nesse campo. Se e quando esse campo lograr constituir uma “massa atômica” suficiente, em termos de produção especializada e de interação entre a formação acadêmica e os requisitos do mercado – o que poderia dar maior visibilidade ao “internacionalista” (reconhecido oficialmente ou não) –, se poderia talvez passar a uma etapa de “superação keynesiana” da lei de Say, isto é, a sustentação da demanda agregada, que por sua vez passa a garantir níveis satisfatórios de oferta de cursos no setor.
Como é conhecido, e esperado, as flutuações do ciclo tenderão a ser produzidas no setor privado e a produção de qualidade tenderá a continuar concentrada no setor público, mas a pós-graduação particular começa a exibir, igualmente, níveis de qualificação acadêmica relativamente satisfatórios. Estrutura e tendências do setor podem ser facilmente resumidas. O “mercado” é suficientemente concorrencial nas grandes capitais, mas frustrantemente cartelizado (ou monopolizado) nas demais regiões e nem sempre a informação quanto à qualidade do ensino – e, portanto, do “produto final” – são provistos com a transparência que os eventuais candidatos a uma formação nessa área desejariam dispor. Como as primeiras turmas estão recém sendo “jogadas” no mercado de trabalho na presente conjuntura, não se pode ainda efetuar uma avaliação adequada da “fiabilidade do material”, bem como de sua adequação aos requisitos do mercado. Algum grau de frustração é inevitável, por parte dos jovens egressos de alguns desses cursos, em relação à sua preparação vis-à-vis o que a demanda existente (e potencial) requer como qualificação profissional.
Essa demanda está atualmente constituída por três blocos desiguais de possíveis contratantes da mão-de-obra especializada produzida nesse campo: o setor público, o mundo acadêmico, ambos relativamente limitados quanto às possibilidades de absorção do número relativamente elevado de graduandos nas fases finais de formação, e o setor privado, enorme e diversificado, mas ainda inseguro quanto à adequação desses jovens internacionalistas aos seus requisitos pragmáticos. No setor público, o grande atrativo é obviamente a diplomacia – extremamente exigente quanto aos critérios de seleção e bastante limitada quanto às possibilidades de entrada –, mas existem outras áreas nas quais o recrutamente é possível (analistas de comércio exterior ou de informações, por exemplo). Na academia, as possibilidades se situam na própria expansão da oferta no setor, voltando-se para uma orientação docente, portanto, o que tende a esgotar-se, talvez, no médio prazo.
A “osmose” entre a academia e a diplomacia não é tão intensa, no Brasil, quanto ela parece ser em outros países de grande tradição nas relações exteriores conduzidas de modo profissional, mas já parece ter sido rompido o relativo “insulamento” em que vivia o serviço diplomático durante a era militar e seu imediato seguimento. “Especialistas” e “assessores” em relações internacionais – inclusive nas mais altas esferas – já não provêm exclusivamente do campo diplomático, tendo a produção própria, ou “importada”, na área política – Parlamento, partidos, centros de pesquisa ou think tanks – crescido significativamente no período recente. O antigo monopólio de idiomas estrangeiros já não mais distingue o diplomata de seus colegas da burocracia de Estado, na medida em que o inglês básico – o raw English – tornou-se a língua franca dos negócios, dos colóquios e das comunicações internacionais.
O campo dotado de maior elasticidade é, inquestionavelmente, o setor privado, terreno no qual as exigências vão além do simples “canudo universitário” e passam a incidir sobre a preparação efetiva – sobretudo em línguas – e a experiência prévia acumulada (o que sempre constitui uma barreira à entrada dos mais jovens). Espera-se, em todo caso, que as instituições de ensino, públicas e privadas, atentem para as exigências específicas da demanda do setor privado, o único em condições de absorver a oferta crescente nessa área. Elas devem atentar para os critérios de formação e de gradual especialização, nos últimos anos, desses novos internacionalistas, que devem, sim, saber os fundamentos da teoria realista em relações internacionais, mas também o modo de funcionamento efetivo das organizações internacionais voltadas para o comércio, as finanças e os padrões e normas que regulam as trocas globais de bens e serviços.
Os fatores impulsionadores do crescimento da oferta em relações internacionais nos últimos anos não são difíceis de serem detectados: a intensificação dos processos de regionalização e de globalização a partir da última década do século XX, a série de crises financeiras dos últimos anos, a expansão dos investimentos diretos estrangeiros nesse mesmo período, a multiplicação de foros negociadores de acesso a mercados, tanto no âmbito do sistema multilateral de comércio (OMC), como em escala regional (Alca, UE-Mercosul, esquemas geograficamente restritos de liberalização comercial) ou ainda bilateral (com uma preocupante multiplicação desses acordos preferenciais, que frustram os partidários das regras universais de acesso).
O Brasil participa de todos esses processos, simultânea ou paralelamente, e parece assim natural que a maior presença desses temas nos meios de comunicação de massa tenha motivado os empresários do setor educacional (mas também os responsáveis das instituições públicas) a aumentar a oferta de cursos na área de relações internacionais (muitas vezes com especializações já dirigidas para o comércio exterior, os negócios internacionais ou para o estudo dos blocos comerciais). O investimento parece estar sendo correspondido pelo mercado potencial, já que a “clientela” desses novos cursos mostra-se disposta a testar as possibilidades de ascensão profissional em áreas até aqui restritas do ponto de vista do emprego. Existem, por enquanto, poucas barreiras à entrada (e a situação promete continuar fortemente competitiva no futuro previsível), mas a adequação entre a demanda efetiva de mercado e a capacidade instalada não foi ainda de fato testada, dadas a não segmentação da produção e a pouca diferenciação do “produto”. O essencial parece situar-se na flexibilização do “aparelho produtivo” e na capacidade adaptativa da oferta, o que parece garantido em função do caráter privado da maior parte do setor, o que de certa forma é uma boa condição de competitividade nessa área.
Este utilíssimo Diretório reflete toda essa realidade, pois ademais de apresentar um panorama institucional da área – com todos as coordenadas relativas à “oferta” no setor –, ele ainda informa sobre a orientação de cada um deles: multidisciplinar em mais da metade dos casos, mas já crescentemente diversificado nas demais instituições: forte presença de política internacional, mas também comércio e economia internacionais, inclusive agronegócios. A pós-graduação ou a especialização em relações internacionais ainda tendem a ser genéricas – deixando portanto a critério dos alunos e professores a orientação e o perfil a serem dados aos estudos empreendidos nesse nível – mas aqui também se nota o surgimento de cursos voltados para o comércio e as negociações internacionais, numa saudável demonstração de que as instituições estão se ajustando aos requisitos e demandas formuladas pelo “mercado” como um todo.
Com efeito, o “mercado” para o “internacionalista” ainda não está inteiramente consolidado no Brasil, sendo visível o sentimento de indefinição, quando não de angústia, em boa parte dos alunos de muitos desses cursos surgidos nos últimos anos em relação às suas possibilidades de inserção bem sucedida no mercado de trabalho. Não existe, parece claro, uma fórmula ideal de curso, já que o campo é obviamente vasto, as matérias em que pode incidir a formação do futuro internacionalista são muitas e extensas – indo da história ao direito, da economia à ciência política e muito mais – e os requerimentos dos futuros empregadores podem ser tão complexos e especializados como são, hoje, os negócios internacionais. Por isso, uma boa recomendação a todos os alunos seria esta: não importa o curso, seja basicamente um auto-didata perfeito e completo.
Mas este Diretório não constitui, tão simplesmente, um útil repositório de dados básicos e informações práticas sobre os cursos brasileiros da área: ele é também uma introdução básica sobre o surgimento, o desenvolvimento e a expansão desse setor ainda pouco conhecido, enquanto campo especializado das ciências sociais no Brasil. Com efeito, a introdução de Clóvis Brigagão traça os antecedentes, a evolução ulterior e a situação atual da área, agregando ainda uma informação inédita sobre o surgimento – ainda antes dos anos 90, mas essencialmente a partir de sua segunda metade – e a lenta consolidação, entre nós, de uma rede institucional de pesquisadores e profissionais de relações internacionais. Uma seção final, por exemplo, relaciona os encontros (Eneri) organizados pela Federação Nacional de Estudantes de Relações Internacionais (Feneri), bem como os três encontros, até aqui realizados, do Enepri, congregando os profissionais e pesquisadores dessa área (as resoluções, ou cartas, elaboradas ao final desses encontros são reproduzidas). Trata-se, portanto, de uma history in the making, da qual o autor é um dos mais distinguidos atores.
As conclusões do autor são também indicativas das principais características do setor: o crescimento observado até aqui é, em grande medida, “empírico”, podendo ocorrer uma certa retração da oferta e uma requalificação dos cursos, em função da demanda efetiva e da confirmação da diversidade do setor, considerada acertamente por Clóvis Brigagão como rica e positiva, pois que correspondendo à forma pela qual o Brasil se insere no sistema internacional. O Diretório é certamente preliminar em seu esforço pioneiro e, como tal, suscetível de aperfeiçoamento e de complementação informativa – se possível em sistemas online como os da Feneri e do Relnet –, mas ele já constitui um retrato completo, ainda que inicial, de um processo de consolidação de um campo importante do panorama institucional das ciências sociais no Brasil. Trata-se de um marco relevante para o conhecimento desse campo, a partir do qual a própria rede institucional que ele ajuda a fortalecer vai contribuir para a melhoria das estruturas de formação, para a ampliação dos intercâmbios internos e externos a essa área e, como esperamos todos nós, para a melhor qualificação possível dos estudantes e dos docentes dessa área, reforçando ainda mais a pesquisa e a produção especializada no campo das relações internacionais.
Poucas obras, no panorama editorial “normal”, aspiram ser peremptas ou então deliberadamente passíveis de “correções” periódicas, o que não é certamente o caso deste pequeno grande volume. Meu desejo, portanto, é que este Diretório tenha rápidas e contínuas atualizações, o que constituirá, justamente, a marca de seu sucesso. Finalizo com cumprimentos sinceros ao seu autor principal e aos colaboradores pelo esforço realizado neste primeiro mapeamento do campo relações internacionais do Brasil. Minha recomendação é a de que ele constitua o suporte inicial de um processo de construção de um verdadeiro sistema de informação – quantitativo e qualitativo – sobre esse campo promissor no Brasil, agregando dados sobre os recursos humanos e a produção da área, o que o transformará não apenas em um manual completo de informações, o que de certa forma ele já é, mas em instrumento de referência indispensável a todo profissional de relações internacionais. Longa vida ao Diretório de Relações Internacionais.

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 7 de agosto de 2004
(pralmeida@mac.com; www.pralmeida.org)

28 maio, 2006

46) Uma historia de destruicao de livros (Bagdá, 2003)

Trechos do livro História Universal da Destruição dos Livros, de Fernando Báez (tradução de Léo Schlafman; Ediouro; 438 páginas)

Capítulo VI

A situação das universidades iraquianas é crítica. Soube que depois do fatídico 8 de abril, grupos de saqueadores atacaram a Universidade de Bagdá e levaram tudo o que eram capazes de carregar. Inclusive trouxeram caminhões e fugiram com aparelhos de ar-condicionado, equipamentos de laboratório, arquivos, escrivaninhas, carteiras, cadeiras, computadores, impressoras, scanners, fotocopiadoras... Além disso, e como se tal grau de destruição não bastasse, todos os boletins estudantis, as teses e monografias, os certificados com títulos se perderam em meio à pilhagem e ao caos.

A violência ficou como marca indelével na memória dos estudantes. Alguns, ao contemplar seu centro de estudos incendiado, com as janelas quebradas e as paredes riscadas com lemas contrários a Saddam Hussein, lembram que no começo dos ataques um míssil caiu bem ao lado da universidade, embora pouco depois os americanos admitissem que se tratava de um erro. O buraco deixado no solo era semelhante ao de um meteorito.

Nas faculdades o panorama é desolador. Na de Línguas, a biblioteca com livros em russo e alemão, a maioria de autores clássicos como Dostoievski, Tolstoi, Turgueniev, Tchecov, Puchkin, Gorki, Goethe, é um monte de cinzas recolhido em sacolas. Um exemplar do Fausto, como observei, estava queimado nas bordas e o miolo mostrava sinais de páginas arrancadas à força e de danos causados pelo fogo intenso. Sem querer se identificar, uma linda jovem, coberta com um véu, afirmou-me que foram estudantes os que queimaram esses livros porque os russos e os alemães colaboraram com o ditador Saddam Hussein. Um caso estranho, de fato.

As disputas entre estudantes pela demissão de partidários do antigo regime e a possibilidade de haver eleições são dois dos temas mais acalorados. Quando visitei vários professores nenhum deles queria falar de outra coisa. Era óbvio que o ressentimento havia se apoderado de todos, e diversos papéis afixados nas paredes dos corredores informavam sobre as opiniões dos diferentes grupos. Chamou-me a atenção um que criticava os invasores e outro que contestava o papel anterior fazendo um relatório sobre a vida de seus

autores. Outro aspecto era o dinheiro dos salários e as bolsas. Muitos bolsistas que recebiam do exterior não podiam cobrá-las porque nenhum banco funcionava; dezenas de professores não recebiam desde a tomada de Bagdá e a raiva os mantinha em depressão permanente.

A Biblioteca de Medicina da Universidade Mustansiriya sobreviveu às primeiras tentativas de combate nos arredores, mas a Biblioteca Central de Mustansiriya não teve sorte e os saques foram indiscriminados. Um inventário preliminar nos permitiu saber que muitos livros desapareceram, assim como os móveis e os equipamentos doados há muito tempo. A biblioteca do Colégio de Médicos, que gozava de enorme prestígio porque possuía uma coleção com os melhores livros de medicina árabe medieval, foi saqueada, e o que pude encontrar demonstra a má intenção dos atacantes. Algumas lombadas no chão indicavam que o problema do peso levou os vândalos a arrancar os forros e as capas para apressar o transporte.

Um jovem da Universidade de Bagdá, que vive no bairro de Al-Mansur, me disse: "Algum dia alguém queimará a Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, e não haverá tanta perda como a que houve aqui." Ao se considerar a importância cultural do Iraque se deve recordar que o país contém centenas de lugares declarados Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Nessas terras se encontram Nínive, onde Assurbanipal governou; Uruk, onde foram encontradas as primeiras amostras de escrita; Asur, capital do império assírio; Hatra e Babilônia.

VII

A Bayt al-Hikma, ou Casa da Sabedoria, também foi atacada. Em 11 de abril, segundo constatei, foram destruídas as peças da exposição sobre o império otomano e uma parte do prédio, que se incendiou. Pela manhã os saqueadores nada deixaram de valor, mas voltaram à tarde, com mais determinação e certos de que o melhor estava oculto. Entre os lugares saqueados estão a gráfica, o salão de leitura e as bibliotecas. Provavelmente, a sala de leitura foi atacada com granadas, como revelam os estragos nas paredes. A seção de livros estrangeiros mostrava, quando cheguei, os sinais da pilhagem: estantes vazias e chão coberto de papéis rasgados. Entre outros, há catálogos que indicam a perda de mais de 5.500 volumes do Escritório Exterior do Reino Unido, cinco tomos de documentos franceses referentes à Primeira e à Segunda Guerra Mundial, documentos secretos dos Estados Unidos sobre o golpe de Estado de 1940, documentos sobre a comunidade judaica de Bagdá, 15 volumes sobre o período otomano, 15 volumes da corte de Mahkama Shar’ija e tomos da Enciclopédia Britânica. Entre os livros perdidos estariam um Corão do século IX, um exemplar do século XII de Maqamat al-Hariri, os textos mais importantes de Avicena, crônicas históricas, poemas e peças teatrais. Disseram-me que a algumas quadras adiante eram vendidos alguns desses livros, o que eu quis comprovar. De fato, aproximeime de um jovem de farto bigode que não hesitou em me oferecer seus livros, que coincidiam com os da Bayt al-Hikma.

No segundo andar, os incêndios foram desastrosos e nada havia que os saqueadores não tivessem levado: computadores, impressoras, lâmpadas, aparelhos de ar-condicionado, cadeiras, escrivaninhas, porta-lápis e móveis. A sala de concertos ficou irreconhecível. Numa das salas parecia ter estourado algum artefato. As estantes de metal, sem livros nem documentos, estavam queimadas, assim como as janelas e as paredes. Posteriormente, a CPA ofereceu 17 mil dólares para reconstruir a coleção, uma quantia irrisória que ignora o mais relevante: esse centro contava antes da guerra com setenta pessoas e quase cem contratados. De forma mesquinha, depois dos saques, ofereceu-se 20 dólares a cada trabalhador, o que gerou mais descontentamento do que alegria.

A Academia de Ciências do Iraque, ou al-Majma’ al-’Ilmi al-’Iraqi, um dos mais prestigiados centros de pesquisa do Oriente Médio, sofreu grandes perdas. Localizada em Waziriya, teve em sua melhor época manuscritos, periódicos, livros estrangeiros, revistas científicas e humanísticas, teses, monografias e centenas de documentos com artigos. Havia um laboratório com vinte computadores, gráfica, salas de leitura e compartimentos bem-dotados para os pesquisadores. O saque começou com a chegada de soldados americanos e um tanque. A bandeira do Iraque, que tremulava na Academia, foi retirada e, de maneira violenta, horas mais tarde, os saqueadores chegaram dispostos a levar tudo. E assim fizeram. Não deixaram um só computador, escrivaninha, regulador de voltagem ou impressora. Estavam enlouquecidos. À diferença de outros centros intelectuais, a Academia não foi incendiada, mas, de um total de sessenta mil livros, metade se perdeu, além de centenas de publicações que eram enviadas do mundo inteiro em diferentes línguas. As fotocópias não se conservaram e algumas puderam ser resgatadas, sem ordem aparente, em meio ao desastre. Uma política eficaz de intercâmbio manteve vigente a atualização permanente da Academia, o que permitiu aos pesquisadores dispor da melhor informação do planeta.

Quando pedi o catálogo dos livros, me disseram que estava entre os objetos roubados, e portanto o trabalho de classificação seria difícil. Vi algumas salas onde ainda se conservam centenas de livros e documentos, mas a desordem, no entanto, não preocupa nenhum dos acadêmicos, porque pior teria sido perder os textos. A pilha de papéis amedrontaria qualquer especialista em bibliotecas, mas não os homens que sobreviveram a bombardeios, assassinatos e à pilhagem que extraviou os textos inéditos do historiador ’Abbas al-Azawi.

A coleção Dar Saddam li-l-makhtoutat se salvou porque Usama N. al-Naqshabandi, seu diretor, escondeu-a. A Bayt al-Hikma, dedicada à pesquisa de ciências sociais, direito, ciências econômicas e políticas, ficou destruída. Em Mossul, as bibliotecas do museu e da universidade se extinguiram.

20 maio, 2006

45) Publicacoes cientificas disponiveis...


Novamente do site do Instituto de Estudos Avançados da USP:

Impacto do acesso livre a periódicos científicos

No dia 31 de maio, das 14 às 19h, o IEA realiza o painel "Os Periódicos Científicos na Era do Acesso Livre" (leia programa abaixo), evento comemorativo da inclusão da coleção completa (56 edições) da revista Estudos Avançados na Scientific Electronic Library Online (SciELO).

A primeira parte do evento será dedicada à SciELO, com apresentações sobre: as origens, organização e gestão do projeto; os estudos sobre bibliometria e cientometria que proporciona; os impactos da sua implantação nos periódicos científicos brasileiros; e sobre um caso modelo: o desempenho da revista "Estudos Avançados" na biblioteca digital.

Os temas da segunda parte abordarão: a importância das publicações científicas para a pesquisa e o ensino; o acesso livre como potencializador do desenvolvimento científico; o acesso livre e a comunicação como ferramentas para a divulgação científica na imprensa; e um caso modelo: o acesso livre em ciências da comunicação nos países lusófanos.

A SciELO teve inicio em 1998, graças a uma parceria entre o Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências Médicas (Bireme) e a Fapesp. Em 2002 o projeto passou a contar com o apoio do CNPq. A SciELO já possui edições de 158 períodicos brasileiros em várias áreas do conhecimento, que recebem mais de 5 milhões de acessos mensais a seus artigos. Outras bibliotecas digitais do projeto (implantadas ou em desenvolvimento) incluem publicações de vários países da América Latina, Portugal e Espanha e acervos específicos, como os de ciências da saúde, de ciências sociais e de teses.

A revista "Estudos Avançados" começou a participar da SciELO em março de 2004. Gradualmente foram inseridas as edições antigas da publicação. A coleção completa ficou disponível em março de 2006. Os artigos da revista já recebem cerca de 8 mil acessos diários. O banco Nossa Caixa patrocinou a digitalização e adequação à SciELO de parte da coleção da revista.

Painel "Os Periódicos Científicos na Era do Acesso Livre"
Local: Auditório Alberto Carvalho da Silva, sede do IEA (mapa).
Internet: transmissão ao vivo em www.iea.usp.br/aovivo.
Informações: com Sandra Codo (sancodo@usp.br), telefone 3091-1688.

PROGRAMA
Parte 1
Coordenação de João Steiner, diretor do IEA
14h - Origem, Organização e Gestão da SciELO - Abel Parker, diretor do Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (Bireme)
14h20 - Bibliometria e Cientometria no Contexto da SciELO - Rogério Meneghini, coordenador do Programa SciELO junto à Fapesp
14h40 - Efeito do Scielo Open Access nos Periódicos Científicos Brasileiros - Lewis Joel Greene, editor do "Brazilian Journal of Medical and Biological Research"
15h - A Revista Estudos Avançados na SciELO - João Steiner, diretor do IEA
15h20 Debate
INTERVALO
15h50-16h
Parte 2
Coordenação de Alfredo Bosi, editor da revista "Estudos Avançados"
16h - O Impacto Social das Publicações Científicas - Emir Suaiden, presidente do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) do Ministério da Ciência e Tecnologia
16h20 - Importância do Acesso Universal às Publicações Científicas - Eduardo Krieger, presidente da Academia Brasileira de Ciências
16h40 - A Importância do Acesso e da Comunicação para a Divulgação Científica na Grande Imprensa - Herton Escobar, repórter de "O Estado de S.Paulo"
17h - Uma Experiência de Livre Acesso à Informação e ao Conhecimento em Ciências da Comunicação nos Países Lusófonos - Sueli Mara Soares Pinto Ferreira, do Departamento de Biblioteconomia e Documentação da Escola de Comunicações e Artes da USP
17h20 Debate
18h - Coquetel comemorativo da inclusão da coleção completa da revista "Estudos Avançados" na SciELO

Acesso a todos os números da revista Estudos Avançados, e suas coletâneas especiais:
neste link: http://www.iea.usp.br/iea/revista/

44) Livro sobre ensino superior no Brasil (IEA-USP)


Do site do Instituto de Estudos Avançados, da USP:

EDUCAÇÃO
Lançado livro sobre ensino superior


O livro Ensino Superior: Conceito & Dinâmica foi lançado no dia dia 15 de maio na Sala do Conselho Universitário da USP. O evento contou com conferência de Cristovam Buarque, senador (PDT-DF), ex-ministro da Educação e ex-reitor da UnB, sobre "A Pós-Universidade".

Co-edição IEA e Edusp, com apoio da Fapesp, a obra reúne as participações de 18 pesquisadores na Temática Semestral "Os Desafios do Ensino Superior no Brasil", realizada de novembro de 2004 a abril de 2005. Os textos são:

• Prefácio – João Steiner e Gerhard Malnic
• Os Desafios do Ensino Superior no Brasil – Hernan Chaimovich
• A Universidade de São Paulo e a Questão Universitária no Brasil – Simon Schwartzman
• Pesquisa e Universidade – Carlos Henrique de Brito Cruz
• Eleições na Universidade – Jacques Marcovitch
• A Autonomia Universitária: Extensão e Limites – Eunice Durham
• Aspectos Jurídicos da Autonomia Universitária no Brasil – Nina Beatriz Stocco Ranieri
• Autonomia das Universidades Públicas – Roberto Leal Lobo e Silva Filho
• O Futuro da Pós-Graduação Brasileira – Francisco César de Sá Barreto
• Pós-Graduação: Egressos, Trabalho e Formação no País e no Exterior – Jacques Velloso
• Ensino de Massa: Do Artesanato à Revolução Industrial – Claudio de Moura Castro
• O Financiamento do Ensino Superior – Jacques Schwartzman
• Universidade:A Idéia e a História – Franklin Leopoldo e Silva
• Reminiscências sobre as Origens da USP – Antonio Candido
• O Futuro da Universidade Pública – Gerhard Malnic
• O que as Avaliações Permitem Avaliar – Otaviano Helene
• Avaliação Institucional de Universidade – Bernardete Gatti
• Diferenciação e Classificação das Instituições de Ensino Superior no Brasil – João Steiner

O livro tem 356 páginas e custa R$ 45 reais. A obra pode ser adquirida nas livrarias da Edusp (www.edusp.com.br) e no IEA. Para informações sobre como adquirir o livro no Instituto, pessoalmente ou pelo correio, entre em contato com Edilma Martins pelo telefone (11) 3091-1675 ou e-mail edilma@usp.br.

Para ler as versões preliminares das apresentações e outros artigos e documentos ligados ao ensino superior e à reforma universitária, clique no nome do texto na relação abaixo

Ciclo de seminários

Depois de uma primeira fase em novembro de 2004, quando foram realizados quatro seminários sobre o sistema universitário, massificação do ensino superior, autonomia e pesquisa na universidade, com conferências de Simon Schwartzman, Claudio de Moura Castro, Eunice Durham e Carlos Henrique de Brito Cruz, a temática teve continuidade em março e abril de 2005 com mais cinco encontros, novamente dedicados a temas estruturais para a definição de políticas que levem ao aprimoramento do ensino superior brasileiro. Os temas da segunda fase do ciclo foram governança, sistema de pós-graduação, destino dos pós-graduados, financiamento do ensino superior e idea e história da universidade, com conferências de Jacques Marcovitch, Francisco César de Sá Barreto, Jacques Velloso, Jaques Schwartzman e Franklin Leopoldo e Silva. Além do conferencista, cada seminário contou com a participação de debatedores. A coordenação da temática foi de Gerhard Malnic, do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) e ex-diretor do IEA.

Reforma Universitária
A temática foi encerrada com o seminário "A Reforma Universitária", nos dias 28 e 29 de abril de 2005, com a participação de integrantes do MEC, autoridades acadêmicas, pesquisadores e representantes de estudantes e docentes.

TEXTOS

Ciclo de Seminários Os Desafios do Ensino Superior no Brasil

CONFERÊNCIAS

A Universidade de São Paulo e a Questão Universitária no Brasil
Simon Schwartzman

Ensino de Massa: Do Artesanato à Revolução Industrial
Claudio de Moura Castro

A Autonomia Universitária — Extensão e Limites
Eunice Durham

Pesquisa e Universidade
Carlos Henrique de Brito Cruz

Eleições na Universidade
Jacques Marcovitch

O Futuro da Pós-Graduação Brasileira
Francisco César de Sá-Barreto

Pós-Graduação: Egressos, Trabalho e Formação no País e no Exterior
Jacques Velloso

O Financiamento das Instituições de Ensino Superior no Brasil
Jacques Schwartzman

Universidade: A Idéia e a História
Franklin Leopoldo e Silva

TEXTOS COMPLEMENTARES

Aspectos Jurídicos da Autonomia Universitária no Brasil
Nina Beatriz Stocco Ranieri

Autonomia das Universidades Públicas
Roberto Leal Lobo e Silva Filho

Workshop Reforma Universitária

Os Desafios do Ensino Superior no Brasil
Hernan Chaimovich

Diferenciação e Classificação das Instituições de Ensino Superior no Brasil
João Steiner

O que as Avaliações Permitem Avaliar
Otaviano Helene

Avaliação Institucional da Universidade
Bernardete Angelina Gatti

Outros Artigos

World University Rankings — A Principal Component Analysis
João Steiner

The Brazilian Research Universities
João Steiner

O Futuro da Universidade Pública
Gerhard Malnic

A Refundação da Universidade
Cristovam Buarque

A Pós-Universidade
Cristovam Buarque

16 maio, 2006

43) Anti-americanismo: um velho habito visto por americanos...

Books on Anti-Americanism
They Hate Us, They Really Hate Us

Review by ROBERT WRIGHT
The New York Times Review of Books, May 14, 2006

FRIENDLY FIRE: Losing Friends and Making Enemies in the Anti-American Century.
By Julia E. Sweig.
251 pp. A Council on Foreign Relations Book/PublicAffairs. $25.

AMERICA AGAINST THE WORLD: How We Are Different and Why We Are Disliked.
By Andrew Kohut and Bruce Stokes.
259 pp. Times Books/Henry Holt & Company. $25.


You wouldn't expect to find good news for President Bush in a book by Andrew Kohut, a pollster and commentator who seems to divide his time between quantifying America's Bush-era plunge in the world's esteem and quantifying Bush's plunge in America's esteem. Then again, you also wouldn't expect to find good news for President Bush in a book by Julia E. Sweig, a liberal senior fellow at the Council on Foreign Relations. But Sweig's "Friendly Fire" joins Kohut's "America Against the World" (written with the columnist Bruce Stokes) in showing that Bush isn't the only one to blame for the world's dim view of the United States. And these days that counts as good news for Bush.

Whether it's good news for the United States is another question. Once you see the deep and diffuse roots of current anti-Americanism, you realize there won't be an easy fix. Still, these two books — especially "Friendly Fire," the more prescriptive of the two — offer insight into how we might avoid what Sweig calls "the Anti-American Century."

The strain of "American exceptionalism" that President Bush has made internationally infamous is hardly new, Sweig notes. A Latin America specialist, she can list a century's worth of examples of the dubious idea that "America could throw its weight around — willy-nilly of international law or the sovereignty of other states — because its goals were noble, its values universal in their appeal."

And she doesn't stop with Latin America. More obviously germane to current headlines than the 1954 coup America sponsored in Guatemala is the one it sponsored in Iran in 1953, ushering in the secular authoritarianism that would in turn usher in the fundamentalist revolution of 1979. This, like so much American support for oppression during the cold war, made less of an impact on Americans than on the oppressed. "The dramas that contained the seeds of today's rebellion played out in obscurity, as yet imperceptible to the naked American eye," Sweig writes in the course of her sweeping and pungent review of abrasive American foreign policies.

Anti-Americanism emanating from globalization also long predates the Bush presidency. As Kohut and Stokes point out in their data-rich book, international resentment of American culture (movies, McDonald's) and business practices (long work hours) was appearing in Gallup polls by the early 1980's.

If America has been alienating people for decades, why has anti-Americanism so rarely gotten the attention it's getting now? For one thing, several forces have converged to create a new truth: national security depends crucially on foreign feelings toward America.

Of course, it was always important that some people — notably political leaders in nations deemed allies — like us. (Alienating freshly installed dictators has long been considered poor strategy.) But popular sentiment mattered less in the years before democratization made leaders beholden to the masses in so many countries, and before microelectronic information technology made the masses in even authoritarian nations more unruly.

And, of course, terrorism wasn't the threat it is now. The Venezuelans who stoned Vice President Richard Nixon's car in 1958 might have made their grievances felt more powerfully and farther to the north if they'd had modern munitions, transportation and information technology. Neither book much emphasizes this peril of anti-Americanism — the growing lethality of grass-roots hatred. But the war on terror is the backdrop for their illumination of how anti-Americanism impedes effective alliances.

America's post-cold-war pre-eminence — and the sudden visibility of that pre-eminence — complicates our attempts to win friends. People already ambivalent about encroaching American culture and commerce can increasingly see affluent America itself via video. Masses that have long felt bitterly toward the rich in their own nations can transfer some antipathy to their new next-door neighbors, us: the globalization of resentment.

In sum, by the late 90's America was becoming a more natural target for ill will, even as its national security rested increasingly on good will. More than ever, we needed a leader of diplomatic sensibility, keenly attuned to the hopes and fears of diverse peoples, willing to help other nations address their priorities.

And in walked . . . George W. Bush. His alleged failures in this regard have been so thoroughly discussed that we can save time by evoking them with keywords: "crusade," "evil," Kyoto, Iraq, Bolton, Geneva Convention and so on. There's no proving Sweig's contention that Bush's "policies and nonpolicies . . . stripped bare the latent structural anti-American animus that had accumulated over time," but Kohut's Pew Research Center polls show that global opinion of the United States has plummeted under Bush — not just since its unnatural post-9/11 high, but since he took office.

And this time it's personal. Only a few years ago, anti-Americanism focused on government policies; the world "held Americans in higher esteem than America," Kohut and Stokes note. But foreigners are "increasingly equating the U.S. people with the U.S. government."

Kohut and Stokes argue, in effect, that these foreigners are confused, that Americans aren't in the grips of the offensive exceptionalism lately exhibited by their government. According to the polls, "the American people, as opposed to some of their leaders, seek no converts to their ideology." And they are not "cultural imperialists." Maybe not. But this reserve seems grounded less in humility (60 percent of Americans consider their culture "superior to others") than in apathy. Americans, Kohut and Stokes write, tend "to downplay the importance of America's relationship to other nations . . . to be indifferent to global issues . . . to lack enthusiasm for multinational efforts and institutions" and in general to have "an inattentive self-centeredness unmindful of their country's deepening linkages with other countries."

In other words: We're not obnoxiously evangelistic, just obnoxiously self-involved. So even if Bush doesn't reflect the real America, and is replaced by someone who does, we'll still be in trouble. At least, we'll be in trouble if much of the problem is indeed, as Sweig argues, the longstanding "near inability of the United States to see its power from the perspective of the powerless." Changing that will require not a leader worthy of the people, but a leader willing to lead the people.

Sweig complains that "Americans think of themselves as kings and queens of the world's prom." But, actually, we can't escape that role, at least for now. In wealth and power we are No. 1. The question is whether we'll be the typical prom king or queen — resented by most at the bottom of the social hierarchy and many in the middle — or instead the rare prom king or queen who manages to be really, truly, you know, popular.

Americans may be bad at doing what Sweig recommends — "seeing ourselves as others see us" — but we're not alone in this. People in general have trouble putting themselves in the shoes of people whose circumstances differ from theirs. That's why the world is such a mess — and why succeeding at this task would qualify as real moral progress.

So history has put America in a position where its national security depends on its further moral growth. This is scary but also kind of inspiring. Maybe the term "American greatness" needn't have the militaristic connotations lately attached to it. Here, perhaps, is an exceptionalism worth aspiring to. But if we succeed, let's try not to brag about it.

Robert Wright, a senior fellow at the New America Foundation, is the author, most recently, of "Nonzero: The Logic of Human Destiny."

15 maio, 2006

41) Pequena história da globalização...

Jurgen Osterhammel and Niels P. Petersson:
Globalization: A Short History
(Translated from the German by Dona Geyer.)
Princeton, NJ: Princeton University Press, 2005. xi + 182 pp.
$23 (hardcover), ISBN: 0 691 12165 6.

Reviewed for EH.Net by Kevin H. O'Rourke, Department of Economics, Trinity College Dublin.


This is a short book on a big topic, and as such is sure to appeal to a fairly wide readership. Its aim is to provide a brief introduction to the history of globalization, stretching back into the Middle Ages, in around 150 pages. Given that aim, it seems a shame that the first two chapters are devoted to terminological and methodological issues, but this is a book evidently aimed at social theorists who
worry about such things, rather than at economic historians who are content to examine the more tangible dimensions of economic globalization -- trade, labor migration and capital flows -- one at a time.

Once they get onto the history, the judgment of the authors seems for the most part fairly sound. Thus, they emphasize the important roles played by the Muslim, Mongol and Iberian empires in creating links between different regions of the world, as well as the break-through role of the Industrial Revolution. On one or two occasions, their perspective does seem to be a little Eurocentric. Thus, they
characterize the period 1846-80 as an "age of free trade," although the republics and dominions of the New World were protectionist during this period, and Asia and Africa were free-trading afterwards.
They also spend a lot of time on the Bretton Woods institutions in discussing the 1945-1970s period, thus giving the impression of a world increasingly influenced by international institutions, when they might just as well have emphasized the dramatic inward turn of large swathes of the planet associated with communism or the collapse of European empires. Another example comes on p. 117, when the
authors state that "economic and political cooperation within a framework of European structures may even have been necessary for the survival of the nation-state model." European inter-state political cooperation has indeed been a great success, but even a cursory look at the non-European evidence suggests that nation states can indeed survive without such structures. On the other hand, whenever this
reviewer started to sharpen his quill in anticipation of highlighting such egregious errors of judgment, he would inevitably find that the text implicitly or explicitly acknowledged the contradictory nature of the evidence a few paragraphs or pages later.
The main flaw of the book, it seems to me, is the fact that its narrative ends some time in the mid-1970s. To most economists this will seem like Hamlet without the prince, for it is only since the 1980s that China, India, and many other developing countries have started embarking on radical reform programs leading to their
reinsertion into the international economy after decades of self-imposed isolation. To be fair, this is briefly mentioned in the concluding chapter, but more emphasis on the phenomenon would have been helpful. However, it is probably no harm for economists to have their preconceptions challenged in this way from time to time. To us, the Cold War obviously led to de-globalization, but it probably did also lead to "a new kind of globalization ... as people slowly perceive the world as a ... community of fate threatened by nuclear annihilation."

The book is a useful reminder, to those who need reminding, that globalization is not new. I liked the authors' emphasis that it is a process, not an end-state, and that it is the outcome of a complex range of individual and state decisions, as well as a large random error component. There is little new here for practicing academics, but it might be a useful introduction to the subject for students and
non-specialists. A final word of warning, however, especially to my more faint-hearted American colleagues: if you are the sort of person whose blood pressure is likely to rise on reading assertions such as the one on p. 144 that "quite a few trends in ... theory that enjoy worldwide popularity are created in Italy or France," then this book is probably not for you.

Kevin O'Rourke is Professor of Economics at Trinity College Dublin, a co-organizer of the CEPR Economic History Initiative, a Research Associate at the NBER, and an Editor of the European Review of Economic History. He is the co-author of _Globalization and History: The Evolution of a Nineteenth Century Atlantic Economy_ (MIT Press, 1999, with Jeffrey G. Williamson), and is currently working on a
history of international trade in the very long run (with Ronald Findlay) which will be published in 2007.

Copyright (c) 2006 by EH.Net. All rights reserved. This work may be copied for non-profit educational uses if proper credit is given to the author and the list. For other permission, please contact the EH.Net Administrator (administrator@eh.net; Telephone: 513-529-2229).
Published by EH.Net (May 2006). All EH.Net reviews are archived at http://www.eh.net/BookReview.

-------------- FOOTER TO EH.NET BOOK REVIEW --------------
EH.Net-Review mailing list
EH.Net-Review@eh.net
http://eh.net/mailman/listinfo/eh.net-review

----------------- FOOTER TO HES POSTING -----------------
HES@eh.net
http://eh.net/mailman/listinfo/hes

11 maio, 2006

40) Origens agrarias do Japao moderno: livro

----------- EH.NET BOOK REVIEW --------------
Classic Reviews in Economic History

Thomas C. Smith, The Agrarian Origins of Modern Japan. Stanford: Stanford University Press, 1959. xi + 250 pp.

Review Essay by Osamu Saito, Institute of Economic Research, Hitotsubashi University.


A Peasant Economy and the Growth of the Market

In the 1950s, when the late Professor Thomas Smith wrote this book, peasant farming was portrayed as a mode of production and livelihood incompatible with the market economy. Japan before Meiji was regarded as a typical example of such peasant economies. As Smith notes in the opening sentence of the book, this was to some extent true because "In the course of its long history, Japanese agriculture has in some respects changed remarkably little": farming was a family enterprise, holdings tiny and fragmented, and cultivation methods simple -- all features of a typical peasant society. Of course, there were some changes but they were never as dramatic as the agrarian changes the West experienced, so that for many scholars "it is tempting to dismiss as unimportant such changes as in fact have taken place." Against this historiographical background, Smith argues in the book that the changes that actually took place in Japanese history, especially in the Tokugawa period (1603-1868), were in fact of great importance. His argument is that "their central feature was a shift from cooperative to individual farming" and that "if one of its causes may be singled out as especially important, it must be the _growth of the market_" (pp. ix-x; emphasis added).

The book is about these changes and, based largely on a body of evidence uncovered by Japanese historians, traces their social and economic consequences. It begins with a model of the traditional village society in the seventeenth century, which is set out in Part I. At the core of village society, according to that model, was a large landholder's domestic group. It was composed of three concentric circles with the inner one being the family of the holder, the main household. The second circle consisted of a group of relatives outside the direct line of descent, and the third circle of hereditary servants and similar subordinate persons who were related to the holder by neither blood nor marriage but were nonetheless registered as part of his family group. In every village such large holder households were not many; only a few took this form of "extended family." Other villagers were all small holders whose family form was, according to Smith, in most cases "nuclear"; and they were in all likelihood households created by partitioning. Since the partition of family land, even when practiced, was never made on an equal footing, those "new" groups of branch-family households were bound to be small holders who had to rely on resources provided by the main household as well as the village itself. Thus the structure of the traditional village was both cooperative and hierarchical, with "clusters of interdependent interests that clung together with great force and were broken up only when competitive inducements of trade began, much later, to dissolve the internal ties" (p. 54).

Such "competitive inducements" came from market growth in the countryside, which, it is suggested, was concomitant with urban growth. Thus, Smith begins Part II with a survey of the extent of commercial farming (cultivation of cotton, indigo, mulberries, oilseeds, tobacco, and other cash crops) and farm family by-employment (spinning, reeling, weaving, straw plaiting, etc.), both of which are supposed to have spread in the rural provinces during the eighteenth and nineteenth centuries. Then in the subsequent chapters Smith traces the consequent changes: how agricultural technology changed, how labor was transformed, how wealthy landlords emerged within the village society, and how the traditional ties between households dissolved. The underlying tendency in the eighteenth and nineteenth centuries was for some branch families and hereditary servants to become separate from the main household. They formed their own households. Their landholding was sometimes too small to feed themselves on the farm, but thanks to the expanding market economy, they were in all likelihood able to find either by-employment opportunities or wage jobs, or both, as former labor service was increasingly replaced by live-in servants on yearly contract, who were eventually substituted by workers employed by the day. Sometimes, especially in crisis years, they had to borrow money from large holders in the village with a parcel of land placed in pawn, which in many cases ended up with the loss of its holding right: they became tenants of the large holders. The latter half of the Tokugawa period saw their numbers increasing, but at the same time it is not unlikely that increased tenancy in turn allowed them to stay on the land. With these significant, if not revolutionary, tendencies established, Smith devotes the final chapter to relating them to the making of modern Japan, placing particular emphasis on what commercial farming and expanding labor markets taught peasants in relation to the forthcoming age of the factory.

The book's major points, such as the supposition that the weight of non-agricultural income in the rural economy had become substantial by the early nineteenth century, have subsequently been confirmed by his own and other historians' works (Smith 1969/88, Nishikawa 1987, Shimbo and Saito 2004). From an early twenty-first century vantage point, however, it is not surprising that the progress of research since then has made some of the other propositions no longer tenable. One such example is his description of a shift from "extended" to "nuclear" family. Each of the cooperative groups in seventeenth-century documents that he regarded as one large and complex family household was probably nothing but an estate organization accommodating several separate domestic groups together, most of which were family households in a much simpler form and possessed their own hearth and living space. As a unit of production, however, the structure of the seventeenth-century estate organization may have been not much different from what he described in the book: it was hierarchical and there were extra-economic ties between those households. On the other hand, the family form that he considered "nuclear" should now be taken to mean "stem family," since by the term "nuclear" Smith meant a small family that had no lateral extension but tended to extend vertically. As far as the family system is concerned, therefore, there seems to have been little change throughout the Tokugawa period. What actually changed was the way in which farming was organized and its tasks carried out, which was _not_ associated with a transformation in the system of family formation. Another point I have to make concerns the extent of urbanization and the role given to it as an engine of market growth. In the chapter on "The Growth of the Market," Smith noted that "in the two centuries after 1600, urban population grew with astonishing speed" (p. 67). Probably it did as far as the seventeenth century is concerned, but we now know, from Smith's own research work published later, that urban population did not grow in the one and a half centuries after 1700: Edo, Osaka and some of the castle towns even recorded a population decline. Market-led output growth -- "Smithian growth" in recent terminology (named after Adam Smith) -- that took place in the latter half of the Tokugawa period should now be considered "rural-centered" (Smith 1973/88; see also Shimbo and Saito 2004).

Such necessary revisions notwithstanding, _The Agrarian Origins of Modern Japan_ remains a landmark achievement in Tokugawa economic history. It is not just because the book is still very informative and makes lucid reading, but chiefly because what Smith delineated with respect to "what changed" and "what remained unchanged" is largely accurate. Given the intellectual milieu of the 1950s and the 60s, however, this publication may have been considered a book about "what changed" only -- a work fitting very nicely in the framework of modernization theses such as the rise of individualism and the transition from status to contract, since the "growth of the market," the guiding concept of the book, has long been regarded as an important component of the modernization process.

However, Smith makes several important points that do not necessarily fit with the modernization scenarios. First, he makes it clear that Tokugawa Japan's path of agricultural progress was distinctly different from the Western one, suggesting that they would never converge on a single model. As he describes in the chapter on "Agricultural Technology," farm output rose with the expansion of commercial farming, which was closely associated with the more intensive use of fertilizers, widening plant varieties, proliferation of farming tools, and the extension of irrigation. The irrigation work, i.e. construction of dikes, ponds, ditches, devices for lifting water into paddy fields and for other purposes, required a substantial amount of capital, much of which was provided by overlords and wealthy merchants. At the same time, however, the construction work itself required a substantial input of labor. And all the other improvements in farming methods were also labor intensive. Some individual innovations may have reduced labor requirements per unit of cultivated land, but the overall effect was to intensify the use of labor. All this made farming even more labor intensive and the unit of farming even smaller, the characteristics that remained unchanged throughout the period from Tokugawa to Meiji. To put it differently, "the character of agrarian change [in Tokugawa and Meiji Japan] ... was determined as much by what did _not_ change about farming as by what did" (p. 208; see also Ishikawa 1978, Francks 1983).

Secondly, while Smith examines in detail the rise of landlord-tenant relations and its accompanying phenomenon of increasing differentiation of landholdings within the agrarian society, and also the processes of hereditary subordinates evolving into servants for yearly wages and of service agreements becoming from long-term to short-term contracts, thus describing a long-run transition to wage labor, he never speaks of the emergence of a wage earning class of landless agricultural labors. This may be interpreted as suggesting that those tendencies, together with the above-mentioned move towards the intensification in farming and the spread of non-agricultural by-employments in the rural districts, resulted in keeping the peasantry from disintegrating itself (Saito 1986).

Thirdly, therefore, all this "kept the agricultural population a relatively homogeneous class of small peasant farmers despite the presence of landlords and obvious differences in wealth; [and] it preserved the organic unity of the village community despite the growth of a nonfarming population within it" (p. 107). In other words, the coming of commercial farming and the associated growth of labor markets in the Tokugawa period did not signal the end of a peasant economy. Rather, in the Japanese past peasant farming evolved towards more uniformity as the market grew.

Thus, this 1959 book suggested that the Tokugawa peasant household, as an integral unit of production and reproduction, had a modus operandi distinctly different from those found for other early modern agricultural populations, and also that it emerged in the process of interactions with the growth of the market. Smith addressed this research question later when he worked on demography and on the history of time discipline (Smith 1977, 1986/88). In the first, he demonstrated how the Tokugawa peasant families tried, with a dim idea of family planning, to adjust their size and composition to alternating life-cycle stages and also changing economic circumstances, and in the second, how they developed a stringent sense of time discipline within the household in order to cope with the increased intensity of labor in farming and by-employment activities and, hence, an increased need for planning over the whole farming year. This latter point implies that Meiji Japanese workers did not need to be taught time discipline in the factory, which strongly suggests that there was _continuity_ from Tokugawa to Meiji. In the former demographic study, Smith made a strong argument that Tokugawa peasants adjusted their family size and composition by means of sex selective infanticide. This provoked a debate, but as I have commented elsewhere (Saito 1989), the gist of his entire argument was that the Tokugawa peasant family household tried hard to balance its numbers with farm size and to secure the right composition in the family workforce, for which purpose infanticide was only one of the options accessible to the family. There were some other means of demographic adjustments such as abortion and the timing of marriage-out of non-inheriting children, as well as economic ones such as sending children, both male and female, into service in the village and in cities and towns, or getting them to take up an industrial by-employment at home. Those economic opportunities increased with the growth of the market, and with changes that accelerated after the Meiji reforms. This consideration, therefore, points to another element of _continuity_ from the early modern to the modern period, the theme already explicit in the writing of _The Agrarian Origins of Modern Japan_.

Smith noted, retrospectively in the preface to a collection of essays he had published since the 1950s, that while writing on "how Japan became a modern society ... with a generalized notion drawn from Western history of how much transformations occur," he had "paid particular attention to factors that contributed to making modern Japanese society similar to but _profoundly different_ from Western counterparts" (Smith 1988, p. 1; emphasis added). As such, therefore, his work collectively made a pioneering contribution to the on-going debates in global economic history.

References:

Francks, P. (1983), _Technology and Agricultural Development in Pre-war Japan_, New Haven: Yale University Press.

Ishikawa, S. (1978), _Labour Absorption in Asian Agriculture: An Issues Paper_, Bangkok: Asian Regional Programme for Employment Promotion of the International Labour Office; reprinted in S. Ishikawa (1981), _Essays on Technology, Employment and Institutions in Economic Development_, Tokyo: Kinokuniya, 1-149.

Nishikawa, S. (1987), "The Economy of Chÿsh• on the Eve of Industrialization," _Economics Studies Quarterly_ 38 (December), 323-37.

Saito, O. (1986), "The Rural Economy: Commercial Agriculture, By-employment and Wage Work," in M.B. Jansen and G. Rozman, eds., _Japan in Transition: From Tokugawa to Meiji_, Princeton: Princeton University Press, 400-420.

Saito, O. (1989), "Bringing the Covert Structure of the Past to Light: Review Article of T.C. Smith, _Native Sources of Japanese Industrialization, 1750-1920_," _Journal of Economic History_ 49 (December), 992-999.

Shimbo, H. and O. Saito (2004), "The Economy on the Eve of Industrialization," in A. Hayami, O. Saito and R.P. Toby, eds., _The Economic History of Japan, 1600-1990_. I: _Emergence of Economic Society in Japan, 1600-1859_, Oxford: Oxford University Press, 337-68.

Smith, T.C. (1969), "Farm Family By-employments in Preindustrial Japan," _Journal of Economic History_ 29 (December), 687-715; reprinted in Smith (1988), 71-102.

Smith, T.C. (1973), "Pre-modern Economic Growth: Japan and the West," _Past and Present_ 60 (August), 127-160; reprinted in Smith (1988), 15-49.

Smith, T.C. (1977), _Nakahara: Family Farming and Population in a Japanese Village, 1717-1830_, Stanford: Stanford University Press.

Smith, T.C. (1986), "Peasant Time and Factory Time in Japan," _Past and Present_ 111 (May), 165-197; reprinted in Smith (1988), 199-235.

Smith, T.C. (1988), _Native Sources of Japanese Industrialization, 1750-1920_, Berkeley: University of California Press.


Copyright (c) 2006 by EH.Net. All rights reserved. This work may be copied for non-profit educational uses if proper credit is given to the author and the list. For other permission, please contact the EH.Net Administrator (administrator@eh.net; Telephone: 513-529-2229). Published by EH.Net (May 2006). All EH.Net reviews are archived at http://www.eh.net/BookReview.

-------------- FOOTER TO EH.NET BOOK REVIEW --------------
EH.Net-Review mailing list
EH.Net-Review@eh.net
http://eh.net/mailman/listinfo/eh.net-review

39) Economia do conhecimento, por um dos seus promotores

The Pin Factory Mystery

KNOWLEDGE AND THE WEALTH OF NATIONS: A Story of Economic Discovery.
By David Warsh.
426 pp. W. W Norton & Company. $27.95.

Review by PAUL KRUGMAN
The New York Times Book Review, May 7, 2006

ECONOMIC ideas play a large role in shaping the world. "Practical men, who believe themselves to be quite exempt from any intellectual influences," John Maynard Keynes said, "are usually the slaves of some defunct economist." So it's odd how few popular books have been written describing the social and personal matrix from which economic ideas actually emerge. There have been no economics equivalents of, say, James Watson's book "The Double Helix," or James Gleick's biography of Richard Feynman.

David Warsh has now made a major effort to fill that gap. "Knowledge and the Wealth of Nations" is the story of an intellectual revolution, largely invisible to the general public, that swept through the economics profession between the late 1970's and the late 1980's. I'll come back to the question of how important that revolution really was. But whatever one thinks of the destination, Warsh, a former columnist for The Boston Globe who writes the online newsletter Economic Principals, takes us on a fascinating journey through the world of economic thought — and the lives of economists — from Adam Smith to the present day.

I should mention here that I was a prominent player in some of the events Warsh describes. My closeness to it all makes me aware of, and perhaps oversensitive to, the things Warsh doesn't get quite right. But let me focus on the book's virtues before I talk about its minor flaws.

Warsh tells the tale of a great contradiction that has lain at the heart of economic theory ever since 1776, the year in which Adam Smith published "The Wealth of Nations." Warsh calls it the struggle between the Pin Factory and the Invisible Hand. On one side, Smith emphasized the huge increases in productivity that could be achieved through the division of labor, as illustrated by his famous example of a pin factory whose employees, by specializing on narrow tasks, produce far more than they could if each worked independently. On the other side, he was the first to recognize how a market economy can harness self-interest to the common good, leading each individual as though "by an invisible hand to promote an end which was no part of his intention."

What may not be obvious is the way these two concepts stand in opposition to each other. The parable of the pin factory says that there are increasing returns to scale — the bigger the pin factory, the more specialized its workers can be, and therefore the more pins the factory can produce per worker. But increasing returns create a natural tendency toward monopoly, because a large business can achieve larger scale and hence lower costs than a small business. So in a world of increasing returns, bigger firms tend to drive smaller firms out of business, until each industry is dominated by just a few players.

But for the invisible hand to work properly, there must be many competitors in each industry, so that nobody is in a position to exert monopoly power. Therefore, the idea that free markets always get it right depends on the assumption that returns to scale are diminishing, not increasing.

For almost two centuries, economic thinking was dominated by the assumption of diminishing returns, with the Pin Factory pushed into the background. Why? As Warsh explains, it wasn't about ideology; it was about following the line of least mathematical resistance. Economics has always been a discipline with scientific aspirations; economists have always sought the rigor and clarity that comes from using numbers and equations to represent their ideas. And the economics of diminishing returns lend themselves readily to elegant formalism, while those of increasing returns — the Pin Factory — are notoriously hard to represent in the form of a mathematical model.

Yet the fact of increasing returns was always a conspicuous part of reality, and became more so as the decades went by. Railroads, for example, were obviously characterized by increasing returns. And so economists tried, again and again, to bring the Pin Factory into the mainstream of economic thought. Yet again and again they failed, defeated by their inability to state their ideas with sufficient rigor. Warsh quotes Kenneth Arrow, who received a Nobel in economic science for work that is firmly in the Invisible Hand tradition: increasing returns were an "underground river" in economic thought, always there, yet rarely seeing the light of day.

The first half of "Knowledge and the Wealth of Nations" is a history of economic thought from the vantage point of that underground river. It describes how great economists chose to exclude increasing returns from their analyses, even though many of them understood quite well that they were leaving out an important part of the story. It also tells the tale of economists, most notably Joseph Schumpeter, who decided that if increasing returns couldn't be modeled rigorously, so much the worse for rigor — and who found their literary, nonmathematical versions of economics simply ignored. (Schumpeter was a sad figure in his later years; his canonization as a patron saint of economic growth — based largely on his famous phrase, "creative destruction" — came long after his death.) The second half of the book describes how the underground river finally fountained to the surface.

I've never seen anyone write as well as Warsh about the social world of economic research, a world of brilliant, often eccentric people who bear no resemblance to the dreary suits you see discussing the economy on CNBC. It's a world of informal manners yet intense status competition, in which a single seminar presentation can suddenly transform a young man or woman into an academic star.

For about a decade, starting in the late 1970's, many of those star turns involved increasing returns. Economists had finally found ways to talk about the Pin Factory with the rigor needed to make it respectable. One after another, fields from industrial organization to international trade to economic development and urban economics were transformed.

Warsh does a superb job of conveying the drama of it all. He also tells us about a number of remarkable people and what they did later in their lives — because many of the once-young men (alas, there are few women in the story) who made that revolution have had very interesting second acts.

There are some flaws. The work of the economists who brought increasing returns to international trade, a group that included yours truly, receives flattering treatment, yet Warsh's account misrepresents that work in subtle but important ways.

Maybe that slight sloppiness reflects Warsh's relative lack of interest in applications of increasing returns other than the one he believes to be most crucial: as an explanation of economic growth. He portrays a famous 1990 paper about increasing returns and growth by Paul Romer of Stanford University as a sort of pivot around which the whole way economists see the world changed.

Now "Romer 1990" is a terrific paper — I wish I had written it, which is the highest praise one economist can give to another. Yet I don't think it can bear the weight Warsh places on it. Nor is it clear that increasing returns really did transform our understanding of economic growth. In fact, Warsh seems to concede as much. "So there is a new economics of knowledge. What has changed as a result? The answer, it seems to me, is not much."

Never mind. If you like reading stories of high intellectual drama, if you want to know the origin of ideas that, as Keynes said, "are dangerous for good or evil," this book is for you.

Paul Krugman is an Op-Ed columnist for The Times.

38) "Chutando a escada", encore...

Retomo o tema dos posts 5 e 6, abaixo, sobre o livro do professor Ha-Joon Chang, desta vez com comentários do professor Carlos Pio, da UnB, a apresentação feita pelo professor Chang em 2005, nessa universidade:

Comments made by Carlos Pio to Ha-Joon Chang’s presentation of his book Kicking Away the Ladder. Brasília, April 17, 2005.

General Questions
[PIO: “let’s not kick away the ladder of our unsuccessful development]
- Is development inevitable? If not, what does affect it?
- Do political institutions matter? Regime types?
- Does culture matters?
- What government policies help development most?
- Is there a non-capitalist way to development?
- Can development strategies pursued in the past serve well to promote development today?

Learning Process
- Who can teach a country how to develop faster and better than if it did not go to school? (developed countries? Intelligentsia from developing countries? IO’s?)
- What can we say about the timing, sequence, and agenda for development?

Role of the State
[PIO: To say that the state is important to provide development does not do much to our understanding of development processes]
- What can the state do for development that no other institution can? Ito what tasks does the State have a comparative advantage?
- What are the risks derived for the development process from the involvement of the state in the development agenda?
- Why countries like Brazil, Argentina, Mexico, South Africa, did so poorly after pursuing infant-industry protection policies when compared to countries that used those policies in the context of a export-oriented strategy?

Trade and Development
- Can we say that a country has developed because it was not too liberal, when liberalism simply points out what a country should do in order to grow more efficiently? In other words, would it be wrong to assume that developed countries could have developed even more efficiently had them adopted more liberal policies?

Politics of Trade Protection
[PIO: in Chang’s argument, who “kicks away the ladder” so that developing countries get trapped away from development: state officials, intellectuals, IO´s, businessmen, (…)?]
- These groups are not homogeneous; divergence (political, economic…) was always present;
- State officials and businessmen do not like trade liberalization and competition;
- Who really benefit from trade protection, society in general or just a few? To what extent can one say that the few beneficiaries will in fact invest their money in such a way that benefits the rest of society in the mean future?

Social Policies and Development in Friedrich List’s Time
[PIO: The Washington Consensus is a complex set of 10 economic advices for troubled governments]
- Is the WC a development agenda?
- Chang is right when he says that no developed country has pursued in full such an agenda during the time they were moving ahead. But it is also true that most of the developing countries today do not follow those ten commandments either.

- What was the social development agenda in the 18th-19th centuries, when there was a sensible spread of anti-liberal development regulations and policies?
• child labor, 16-18 hours labor journeys, and slavery were all accepted by governments in developing countries (e.g., the USA)
• absence of the state in labor protection
• absence of democracy
• adoption of policies that fostered a higher concentration if income was not politically contested
• producer’s rights overcame consumer’s rights
=========

Como diriam alguns latino-americanos, o debate continua...